Olá a todos!
Vou fazer uma espécie de resenha das minhas leituras refentes
à teoria da tradução e, para começar, escolhi o livro "As (in)fidelidadesda tradução - Servidões e autonomia do tradutor", do Prof. Dr. Francis Henrik Aubert. Meu primeiro contato com esse autor foi na disciplina
"Introdução aos Estudos Tradutológicos", com a Prof. Dr. Adriana Zavaglia, mas lemos seu texto “Modalidades de Tradução: Teoria e Resultados”. Porém, como o autor é uma referência no meio
acadêmico, resolvi correr atrás do texto integral.
INTRODUÇÃO
Logo no início da introdução, Aubert relembra a conhecida posição
do tradutor como um “serviçal” do texto e/ou do autor do texto original, onde
não pode deixar nenhum resquício de sua participação no texto final – caso o
faça, será mal visto e sempre lembrado por sua falha. Porém, elo autor enfatiza
que existem outras questões que necessitam de atenção: “É cabível exigir do
tradutor o seu próprio apagamento? Em que medida é aceitável o desvio do texto
traduzido em relação ao original?”.
Aubert ressalta que essas questões se aplicam muito mais ao
ato tradutório do que ao texto traduzido em si, para que suas soluções só então
resultem no trabalho final já traduzido; ou seja, no livro, o autor abordará a
tradução como um processo passível a
diversos elementos externos “de ordem linguística e extralinguística, subjetiva
e intersubjetiva”, processo este motivado por alguma necessidade (ou um
conjunto de necessidades) proveniente de um bloqueio comunicativo entre o
Emissor e o Receptor provocado por alguma variação linguística existente entre
os dois. Essa variação pode ser proveniente de diversos fatores (como variações
temporais ou diferentes circunstâncias comunicativas), resultando em uma “ruptura
do elo comunicativo, em que a decodificação da mensagem deixa de se produzir de
maneira adequada às respectivas intenções dos referidos participantes”. Assim,
é necessário um novo ato comunicativo, o ato
tradutório.
O ato tradutório ocorre durante a segunda relação
comunicativa, onde o receptor torna-se o emissor ao decodificar a mensagem da
primeira relação e “desbloquear” o conteúdo desta a fim de entregar a mensagem
de forma inteligível para o receptor final:
Essa sequencia comunicativa possui um conjunto de variáveis
de natureza psicossocial, factual, linguística, econômica, jurídica etc, e o um
dos objetivos do livro é categorizar as variáveis do ato tradutório e, então,
responder as perguntas estabelecidas acima. Para isso, o autor dividiu o livro
nos seguintes tópicos:
- A dimensão temporal
- Os participantes do ato tradutório
- Os códigos
- Os referentes e suas expressões no código
- Interação entre os participantes do ato tradutório e o complexo código/referente: a questão das competências
- Os canais
- As mensagens e os limites da “fidelidade”
- A autonomia do tradutor e da tradução
E essa foi a Introdução. No próximo post farei um
resumo/resenha do 2º capítulo, “A dimensão temporal”. Até mais!
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