terça-feira, 5 de janeiro de 2016

As (in)fidelidades da tradução, de Francis Henrik Aubert - INTRODUÇÃO

Olá a todos!

Vou fazer uma espécie de resenha das minhas leituras refentes à teoria da tradução e, para começar, escolhi o livro "As (in)fidelidadesda tradução - Servidões e autonomia do tradutor", do Prof. Dr. Francis Henrik Aubert. Meu primeiro contato com esse autor foi na disciplina "Introdução aos Estudos Tradutológicos", com a Prof. Dr. Adriana Zavaglia, mas lemos seu texto “Modalidades de Tradução: Teoria e Resultados”.  Porém, como o autor é uma referência no meio acadêmico, resolvi correr atrás do texto integral.

INTRODUÇÃO

Logo no início da introdução, Aubert relembra a conhecida posição do tradutor como um “serviçal” do texto e/ou do autor do texto original, onde não pode deixar nenhum resquício de sua participação no texto final – caso o faça, será mal visto e sempre lembrado por sua falha. Porém, elo autor enfatiza que existem outras questões que necessitam de atenção: “É cabível exigir do tradutor o seu próprio apagamento? Em que medida é aceitável o desvio do texto traduzido em relação ao original?”.
Aubert ressalta que essas questões se aplicam muito mais ao ato tradutório do que ao texto traduzido em si, para que suas soluções só então resultem no trabalho final já traduzido; ou seja, no livro, o autor abordará a tradução como um processo passível a diversos elementos externos “de ordem linguística e extralinguística, subjetiva e intersubjetiva”, processo este motivado por alguma necessidade (ou um conjunto de necessidades) proveniente de um bloqueio comunicativo entre o Emissor e o Receptor provocado por alguma variação linguística existente entre os dois. Essa variação pode ser proveniente de diversos fatores (como variações temporais ou diferentes circunstâncias comunicativas), resultando em uma “ruptura do elo comunicativo, em que a decodificação da mensagem deixa de se produzir de maneira adequada às respectivas intenções dos referidos participantes”. Assim, é necessário um novo ato comunicativo, o ato tradutório.
O ato tradutório ocorre durante a segunda relação comunicativa, onde o receptor torna-se o emissor ao decodificar a mensagem da primeira relação e “desbloquear” o conteúdo desta a fim de entregar a mensagem de forma inteligível para o receptor final:



Essa sequencia comunicativa possui um conjunto de variáveis de natureza psicossocial, factual, linguística, econômica, jurídica etc, e o um dos objetivos do livro é categorizar as variáveis do ato tradutório e, então, responder as perguntas estabelecidas acima. Para isso, o autor dividiu o livro nos seguintes tópicos:
  •          A dimensão temporal
  •          Os participantes do ato tradutório
  •          Os códigos
  •          Os referentes e suas expressões no código
  •          Interação entre os participantes do ato tradutório e o complexo código/referente: a questão das competências
  •          Os canais
  •         As mensagens e os limites da “fidelidade”
  •          A autonomia do tradutor e da tradução
E essa foi a Introdução. No próximo post farei um resumo/resenha do 2º capítulo, “A dimensão temporal”. Até mais!



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